- Hoje, meus filhos, temos a chance de encerrar o mal e o caos. Lutem por suas vidas e por todos aqueles que não podem lutar, mas que confiam suas forças em nós.
Houve uma ouvação depois disso e, então, a hora chegou.
- Está pronto para fazer isso? - indagou Gabriela.
- Não, mas é preciso.
- Que Deus nos guie.
A rua onde estávamos mudara de repente. Havia se tornado um campo cercado por bestas de todos os tipos, esperando para atacar. Em uma parte do campo, havia um castelo, que era onde Paulo nos esperava.
- Atacar! - ordenei.
Começamos o ataque em direção ao alvo, mas conforme nos aproximávamos mais do castelo, mais bestas, algumas indescritíveis, apareciam do nada e em quantidade assustadora. Então, eu, Gabriela e mais 3 anjos rumamos ao castelo, enquanto os outros nos davam cobertura.
Logo que entramos no castelo, percebemos que estava lotado de armadilhas. Mesmo assim, continuamos tomando cuidado, mas, quando passamos por um corredor estreito, fomos trancados e o teto começou a descer contra nós. Tentamos destruir os portões, mas foi em vão. Quando já estávamos quase sendo esmagados, os arcanjos mandaram que quebrássemos a parede enquanto eles tentavam segurar o teto. Enquanto eu e Gabriela saímos, eles tentavam sair um a um, mas apenas um deles conseguiu sair. Os outros foram esmagados pelo teto.
Por sorte ou azar, chegamos ao topo da torre, onde Paulo nos esperava.
- Pela primeira vez, estamos os três juntos.
- Pena não poder dizer que estou feliz pai, porque isso acaba hoje.
- O que acaba? Minha tentativa de voltar para onde nunca deveria ter saído.
- Sim.
- Não tem pena de mim?
- Nem um pouco.
- Que pena. Então vocês irão morrer agora.
Ele abriu suas asas negras e veio nos atacar. "Preciso me defender e...", mas quando vi, já era tarde demais. Ele não veio me atacar, mas sim Gabriela. Mesmo ela sendo forte, não era páreo para ele. Ele a acertara no peito. Ela estava morrendo.
Fui tentar socorrê-la, mas foi em vão. Antes de morrer, disse suas últimas palavras:
- Sonhos são visões do nosso passado, presente e futuro. Cabe a nós decidir se...
Ela foi bruscamente interrompida e eu senti uma forte dor no peito. Paulo cravou a espada nos nossos peitos enquanto estávamos distraídos. Eu estava perdendo a consciência, mas mais do que isso, estávamos perdendo a guerra.
Eu estava navegando num lugar escuro, pensando: "Então foi assim que tudo acabou? Todos nós morremos? Não. Esse não é o fim, eu não vou deixar".
Quando me dei conta, estava de volta ao meu quarto com Aline ao meu lado, inconsciente. "Eu peguei no sono? Isso tudo foi um sonho? Se não foi, não irei errar novamente".
Novamente, saí da minha casa e fui até o campo de batalha. Passo a passo, todo o meu sonho estava se concretizando. “Então realmente foi uma premonição”, pensei, enquanto subíamos a torre em direção a Paulo.
Quando chegamos ao topo, novamente a mesma conversa. Apenas esperei o momento certo para atacá-lo, e quando ele foi em direção à Gabriela, lancei-me contra ele, impedindo seu ataque. Dali em diante, saquei minha espada e começamos a lutar. Enquanto lutávamos, alguns dos monstros que guardavam a porta da torre subiram, indo em direção à Gabriela, não lhe dando outra opção a não ser se defender.
Esta luta estava se tornando cansativa para os dois.
- É hora de dar fim nesta luta. – disse Paulo – Nós dois já estamos exaustos. Concentre todas as suas forças no próximo golpe e vamos acabar com isso de uma vez por todas.
- A guerra acaba aqui. Você perdeu.
Concentrei toda minha força na espada e avancei na sua direção, enquanto ele fazia o mesmo.
Balançamos as espadas com todas as nossas forças. Quando nos acertamos, um trovão caiu ao fundo.
A espada dele sequer chegou a me tocar. Mas, quando olhei para minha espada, ela estava banhada em sangue.
- Então é assim que acaba... – disse Paulo – Adeus, meu filho.
Seu peito estava cortado de cima a baixo. Ele estava morrendo, e a guerra, finalmente acabando.
Gabriela, que se livrou dos monstros que a atacavam, foi até o corpo de Paulo e disse:
- Um dia você mereceu o céu. Agora, vá para o inferno e pague seus pecados.
Ela deixou Paulo ali e veio na minha direção.
- Nós vencemos. – disse ela.
Olhei para baixo e vi meus anjos finalmente triunfarem. Eles olhavam na nossa direção e comemoravam nossa vitória.
- É...
- Não está feliz? Agora acabou.
- Ainda não. Tenho que fazer uma coisa.
Levantei-me, meio cambaleante, e saí do castelo. Lá fora, todos me ovacionavam. Enquanto eles continuavam a comemorar ali, saí dali e voltei até minha casa. Tinha que avisá-la que finalmente tudo terminara.
- Oi.
- O que aconteceu, e por que você está todo machucado? – disse ela, tentando esboçar alguma irritação.
- Acabou. Nós vencemos.
- O que?
- O que você ouviu. Chega de lutas. Agora poderemos viver em paz novamente.
- Isso é... Mas... Como?
- Da única maneira que poderia acabar: um de nós teria que cair. E, pelo que você está vendo, não fui eu. – disse, em tom irônico.
Ela tentou se levantar para me abraçar, mas não conseguiu. Ainda estava fraca demais para isso.
Mas agora não era mais preciso ter pressa. Deitei-me ao seu lado e a abracei. Adormecemos novamente, sabendo que, a partir de agora, o mundo seria totalmente diferente para todos nós...
Fonte: http://art-terror.blogspot.com.br/
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