Tabuleiro ouija ou tábua ouija é qualquer superfície plana com letras, números ou outros símbolos em que se coloca um indicador móvel. Foi criado para ser usado como método de necromancia ou comunicação com espíritos.
Os participantes colocam os dedos sobre o indicador que então se move pelo tabuleiro para responder perguntas e enviar mensagens dos supostos espíritos. Há um jogo de tabuleiro registrado no Departamento de Comércio norte-americano com o nome de Ouija, mas a designação passou a ser usada para caracterizar qualquer tabuleiro que se utilize da mesma ideia.
No Brasil há uma variante conhecida como a brincadeira do copo ou o jogo do copo, em que um copo faz as vezes do indicador para as respostas. Existem também apoios para a utilização de lápis durante as sessões.
A origem
Comunicação com os espíritos sempre existiu de uma forma ou outra, basta pegar os manuais de
invocação que você encontra em livros como São Cipriano, mas quem se comunicava eram os bruxos e estudiosos do assunto. Em 1848 tudo mudou, pois uma família comum de um vilarejo próximo à cidade de Rochester, estado de Nova York, chamado Hydesville começou a se comunicar com os espíritos através debatidas (raps), conseguindo respostas como 'sim' e 'não' para as perguntas. A notícia se espalhou e desse episódio surgiu o espiritismo moderno.
No dia 11 de dezembro de 1847, a família do Sr. John D. Fox mudou-se para um vilarejo próximo a cidade de Rochester, estado de Nova York, chamado Hydesville, para uma casa que a vizinhança e os antigos moradores diziam ser mal-assombrada. O Sr. Fox tinha três filhas, sendo que, Margaret (também chamada de Maggie) (1833-1893) e Kate (1837-1892) moravam com ele e a outra filha, Leah (1814-1890), morava em Rochester.
Durante quatro meses que a família esteve morando no lugar, eles puderam ouvir batidas e alguns arranhões. No inicio os eventos eram raros, mas em Março de 1848 as batidas na parede de madeira da casa passaram a ficar mais intensas, acontecendo várias vezes ao dia e com extrema violência. Móveis começaram a ser arrastados, o que deixou a família Fox muito assustada, especialmente as duas filhas do casal. No dia 31 daquele mês, Kate, que não aguentava mais a situação, resolveu desafiar a entidade, ela bradou em alto e bom tom que iria bater palmas, e que a entidade tentasse repetir com golpes contra a parede. A entidade passou então a repetir com golpes o que a jovem fazia com palmas. Isso levou os Fox a acreditarem que a entidade era dotada de inteligência, e passaram a realizar outros contatos, onde as irmãs faziam alguma pergunta a qual a entidade responderia "sim" com duas pancadas e "não" com uma pancada.
Dessa forma as interações entre os Fox e a entidade levaram a família a descobrir que o espírito teria pertencido a um mascate que tinha sido assassinado naquela casa há cinco anos e enterrado ali mesmo.
Excitados com esse acontecimentos, a família Fox chamou alguns vizinhos na mesma noite para testemunhar os acontecimentos. Na presença deles ela continuou conversando com o mascate e descobriu seu nome, Charles B. Rosma, e detalhes de sua vida.
A notícia se espalhou rapidamente, e muitas foram as pessoas que rumaram para a casa da família Fox afim de ver, ou ouvir, por si mesmos os eventos estranhos que estavam acontecendo no local.
Para facilitar a comunicação foi criado um sistema onde o número de batidas seguidas correspondia a letras, sendo um batida = A, duas batidas = B, e assim por diante. Esse processo não era muito otimizado e gerava vários erros de interpretação, além de ser difícil relacionar letras e batidas quando se está na empolgação de um evento como esse. Assim começou-se a procurar métodos para facilitar a comunicação.
Bolaram então a planchette, que nada mais era do que uma base em forma de coração com rodinhas e um lápis acoplado, na qual o médium apoiava sua mão. Tornou-se bastante popular em 1860. Só tinha um problema: ninguém conseguia entender os garranchos que eram escritos!
Foi então desenvolvido o Tabuleiro Falante, que tinha as letras do alfabeto, sim, não, números e boa noite (havia variações). Funcionava assim: duas pessoas sentavam de frente e apoiavam o tabuleiro sobre as pernas. Pegavam a planchette e ela deslizava pelo Tabuleiro Falante. Bem mais prático! Com o tempo, as pessoas foram trocando a planchette por um simples copo.
Há também fontes que afirmam que o princípio tabuleiro desse tipo teria sido aperfeiçoado por um espiritualista chamado M. Planchette, que teria inventado o indicador de madeira, que é utilizado até hoje, por volta de 1853. O indicador é chamado de planchette em sua homenagem.
Assim, em 1898, Charles Kennard, William Fuld o Ouija Board (tabuleiro Ouija). Foi um sucesso. Era vendido como brinquedo e quase toda casa americana tinha um.
Quem não tinha uma tábua Ouija e não tinha dinheiro para comprar, deu um jeito e bolaram a famosa brincadeira do copo. Existem até algumas variantes que simplificaram ainda mais o tabuleiro, como o jogo da caneta e do compasso.
A comunicação com os espíritos continuou a sua evolução e temos o uso da tecnologia a nosso favor, como a Transcomunicação Instrumental e os FVEs. (fenômenos de voz eletrônicas).
Dicas:
Crie o ambiente! Acenda uma vela, apague todas as luzes, conte umas histórias de quem fez antes a brincadeira.
Crie um clima para o que vai fazer. Se fizer no meio da tarde ouvindo uma música agitada não vai ser a mesma coisa.
Não faça perguntas do tipo "O Gustavo gosta de mim", "Quando vou morrer", "A Karina vai na escola amanhã?". O espírito não tem como saber disso, ele não é um oráculo!
Faça perguntas objetivas! Imagina o trabalho que seria para responder: "O que vai cair na prova amanhã?". Seja objetivo!
Não irrite o espírito e nem peça sinais físicos, como pedir para ela abrir a porta ou fazer ventar. Concentre-se no copo mexendo.
Não vá fazer a brincadeira em estado alterado de consciência, ou seja, bêbado ou drogado! A chance de um espírito ruim vir "conversar" com vocês será bem grande.
Confira o vídeo a baixo, para saber mais um pouco sobre o assunto.
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