quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Azazel

   Azazel ou ZoZo (em hebraico: עזאזל) é o nome atribuído a um anjo, que
seria encarregado da tarefa de levantar as faltas humanas e as enumerar
perante o Tribunal Divino, durante o julgamento anual da humanidade.É,
por outro lado, uma figura misteriosa, que aparece por três vezes na

   Bíblia Hebraica, relacionado expressamente com o ritual do Yom Kipur,
quando, na época do Templo de Jerusalém, um bode era sacrificado para
o Criador e outro era ofertado a Azazel, sendo este último animal
encaminhado ao deserto, mas essa segunda parte é baseada na
mitologia judaica e não na Bíblia, pois a transliteração da palavra original é
"az'el " e em hebraico "el" é Deus.Azazel também é comumente
conhecido como o responsável pelo pecado da Ira entre os Sete
Príncipes do Inferno (que correspondem os sete pecados).

                                    História


   Ao lado de Shemihazah, liderou um grupo de duzentos anjos que
desceram à Terra, com o fito de viver entre os humanos. Conheceram as
mulheres, e com elas tiveram filhos. Particularmente, Azazel teve filhos
que pereceram no Dilúvio. Esses rebentos foram chamados de nefilim."O

   Texto Massorético indica um nome próprio que, à parte dessa menção, é
inteiramente desconhecido [nas Escrituras]:Azazel, que os rabinos da
Idade Média explicavam ser designação de um demônio peludo do
deserto.

   Então, Arão lançaria sortes por um demônio. Ora, não se faz
inclusão do culto ou adoração de demônios em parte alguma da Torá, e
não pode existir a mínima possibilidade de que tal culto surja aqui (e nos
versículos seguintes deste capítulo [Lv16]. A óbvia solução desse enigma
encontra-se na separação das duas partes da palavra 'Azazel', de modo
que fique ez azel, isto é, 'o bode da partida ou da demissão'. Noutras
palavras, como o versículo 10 deixa bem claro, esse segundo bode deve
ser conduzido para fora, ao deserto, para onde deverá encaminhar-se, e
de modo simbólico, levar embora os pecados do povo de Israel,
retirando-os do acampamento do povo. É inquestionável que a LXX
entendeu o versículo e o nome Azazel dessa forma, ao apresentar a
grafia to apopompaio (para o que for enviado para longe). De forma
semelhante, a Vulgata traz capro emissário (para o bode que deve ser
despedido).



   Assim, ao separarmos as duas palavras que foram
indevidamente fundidas numa só no hebraico, passamos a ter um texto
que faz sentido perfeito no contexto, sem fazer concessão a demônios,
cujo exemplo não existe nas Escrituras. Noutras palavras, 'bode
emissário' (KJV, NASB, NIV) é a verdadeira tradução a ser empregada,
em vez de "para Azazel"(ASV, RSV) (Enciclopédia de Dificuldades
Bíblicas, 1998, 2ª impressão, p. 39 ) "azazel, palavra que talvez devesse
ser vocalizada como ez azel (um bode de partida).

   É preciso que se entenda que o registro dos documentos do Antigo Testamento era escrito
só com as consoantes; os pontos representativos das vogais só
passaram a ser colocados no texto a partir de 800 d.C [Texto
Massorético] ...

   A tradição, segundo a qual, o bode emissário era o nome
de um demônio do deserto originar-se-ia muito tempo depois, e estaria
totalmente em desacordo como os princípios da redenção ensinados na
Torá. Portanto, é inteiramente errado imaginar que esse cabrito
representava o próprio Satanás, visto que nem o diabo nem seus
demônios jamais são mencionados desempenhando funções expiatórias
em prol da humanidade - que é a implicação dessa interpretação"(Idem p.
137) "A palavra tem sido entendida e traduzida de diversas maneiras.

   As versões antigas (LXX, Símaco, Teodócio e Vulgata) entenderam que a
palavra indica o 'bode que se vai', considerando como derivada de duas
palavras hebraicas: ez= bode, e azal= virar-se" "Uma possibilidade final é
considerar o vocábulo [Azazel} como a designação de um ser pessoal de
modo a contrapor-se à palavra SENHOR . Neste sentido Azazel poderia
ser um espírito maligno (Enoque 8:1; 10:4; 2 CR 11:15; Is 34:14; Ap 18:2
ou até mesmo o próprio demônio (KD. loc. cit.), numa oposição de
antítese ao Senhor. No entanto, as referências de Enoque a Azazel como
um demônio dependem, sem dúvida alguma, da interpretação que o
próprio autor desse livro faz de Lv. 16 e Gn 6:4" "Mas nessa passagem
joanina também se percebe uma alusão ao bode emissário.

   Esse fato é claramente visto nas palavras 'leva embora' (ARA, ´tira'; cf. 1 Jo 3:5 )
(Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, p. 1099)"
No livro de Enoque, Azazel ( citado como Azazyel ) é um dos anjos
caídos, chamados de nefilins, que se sentiram atraídos pelas mulheres e
vieram na terra para ter relações sexuais com elas. Destas relações
nasceram os Sentinelas ou Gigantes. Azazel e outros anjos caídos
passaram conhecimentos a humanidade, ensinaram a humanidade a fazer
armas, espadas, armaduras, agricultura, astronomia. Deus viu isso como
uma traição e eliminou-os da terra com um Dilúvio (citado também em
Gênesis). Ainda de acordo com o Livro de Enoque, Azazel foi julgado e
condenado pelo Arcanjo Miguel.
Os Santos Vigias foram depois enviados por Deus para castigar e tentar
reorganizar o caos que os Nephilim, filhos dos Grigori com as filhas dos
homens, causaram na terra. Na verdade os Nephilins eram os filhos que
nasceram da união entre os humanos e os anjos rebelados.



                                       Demonologia


   Para a Demonologia, ou a catalogação dos demônios da tradição católica
Azazel é um dos 7 arque-demônios de Satã, que correspondem aos 7
arcanjos de Deus.

   Azazel é considerado um demônio advindo de uma seita judaica que
adorava um ídolo em forma de carneiro e oferecia sacrifícios em
holocausto a esta figura caprina. Dizem, certas correntes, que havia rituais
de sodomia e zoofilia, nos quais, grupos de judeus imolados pelo espírito
do ídolo, no caso o demônio Azazel, entregavam suas virgens para
praticar atos sexuais ou libidinosos com cabras e outros homens, em um
ritual macabro e pervertido.

   Os reis de Judá descobriram esta seita que
adorava a ídolos, e contrariava os mandamentos da Torá entregues a
Moisés. Houve uma batalha na cidade aonde esta seita se encontrava e
todos os judeus que adoravam Azazel, bem como a cidade, foram

destruídos.
Segundo a lenda, Azazel foi o ex-arcanjo Natanaél que se lançou do
paraíso para libertar sua amada de uma prisão no inferno. Antes disso,
era um anjo cuja missão era treinar as tropas celestiais e ser um
emissário enviado para viver entre os humanos; nesta missão, teve
relações com as mulheres dos homens, e isto motiva a crença de que os
rituais de invocação de Azazel ocorrem através da prática de atos sexuais
entre mulheres e cabras. Azazel é o rei dos Shekmitas, ou seja, a raça de
demônios meio homens e meio cabras, com aspecto parecido com o de
Baphomet que tambem é um demônio Shekmita famoso. Aquele é responsável pela desgraça dos idólatras e seu poder é comparável ao
dos demônios mais fortes do inferno; ele comanda as legiões Shekmitas
no inferno, sendo um general que responde somente ao próprio Lúcifer. A
boatos não comprovados de que Azazel vive nos dias de hoje entre os
homens na busca incessante de estar novamente com sua amada cuja
voz seja de fato a única coisa que acalma sua ira



                                        Ritual do Dia do Perdão


   No terceiro livro do Darashi, consta que entre os rituais do Dia do Perdão,
quando ocorre anualmente a finalização do julgamento da humanidade,
havia, na época em que ainda estava edificado o Templo de Jerusalém, a
obrigação de separar dois bodes idênticos (mesma cor, mesmo peso,
mesma altura etc.). O primeiro era sacrificado para o Eterno, e o segundo,
deixado no deserto era chamado Azazel.

   Ele caminhava carregando os
pecados até encontrar um lugar para se precipitar. Ele não parava de
andar até cumprir seu destino, representando o que hoje é, e sempre, foi
o destino de satanás.
A despeito de o texto dizer que um dos animais deveria ser deixado para

   Azazel, não se tratava de uma oferta de per se, mas o ritual estava ligado,
simbolicamente, mais às origens do povo hebreu, com seus
antepassados Esaú e Jacó, que eram gêmeos, e, assim, se ritualizava
essa memória.

   Outro significado atribuído ao ritual era o de que o pecado é muito
próximo de uma boa ação e que as pessoas deveriam ser vigilantes, para
não deixar que um pecado fosse disfarçado de ato bondoso. A escolha
de qual dos animais seria enviado ao deserto era aleatória.

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